Jornalistas bundões
Ungaretti é jornalista. Não é bundão. Está sendo processado por Ronaldo Bernardi, do Jornal Zero Hora, pelas críticas que faz ao trabalho do fotógrafo.
Ungaretti é professor. Está sob censura. Criticar ou comentar algumas matérias e material fotográfico de Zero Hora em seu site significa pagar uma multa diária de 150 reais. Medida que está completando um ano. Sempre usou seu Ponto de Vista pra estimular, fundamentalmente, o espírito crítico dos estudantes de jornalismo.
Consegui salvar alguns de seus textos e indicações, antes que a página saísse do ar. Me alimento ali muitas vezes, no trabalho de tentar levantar outra informação sobre os marginais que a grande mídia comercial elegeu e ataca, nessa luta diária de classes.
Mas o jornalista e professor censurado atua nas brechas, cava outro espaço pra compartilhar conosco seu ponto de vista sobre as ruas, as pessoas, a vida e o que nos omitem os jornalistas cães de guarda, que abanam o rabo para seus donos nas redações, e latem (vociferam) para os que se aproximam dos muros, pixar com as verdades que cortam.
Esta sua postagem de ontem (12.01), no blog que resiste:
JORNALISTAS BUNDÕES




Os jornalistas são uns bundões. Pontodevista está sob censura. Gostaria de dar o nome de alguns desses bundões. Os que com a bunda pregada diante dos computadores, das modernas redações, são os donos do mundo. O fotojornalismo é das fotos/divulgação, do material já editado pelas agências ou das pautas da perfumaria. Não posso fazer nada. É a minha opinião. O meu final de segunda-feira foi marcado por estas histórias de vida. Com 78 quilos (quatro a mais que Tarso de Castro) de músculos e fúria, sem o seu talento, transfiro esta porrada a todos vocês.
Jornalistas bundões um dia serão obrigados a prestar conta, das histórias não contadas. Por nos empaturrarem de tanto lixo perfumado. Todos com diploma. O jornal “Última Hora” de Porto Alegre, sob a orientação de Samuel Wainer, começou a circular em fevereiro de 1960. Ninguém tinha diploma.
Não compre nenhum jornal, pelo menos hoje. Existem melhores textos de ficção. Lixo ficcional não serve para nada. Intoxica. Os marginais, os que estão à margem, vão comer os bundões. Qualquer dias desses.
Palavras como estiletes. Quero perfurar a alma das pessoas.
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