16.2.08

Brigada usa balas de borracha e espada contra manifestação pacífica


Hoje, dia 15 de fevereiro, integrantes dos movimentos populares e de entidade autônomas da America Latina realizaram manifestação popular e cultural em frente à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Os(as) manifestantes, que estão participando do VI Encontro Latino Americano das Organizações Populares Autônomas (ELAOPA) deram incío à marcha até o local às 15h. Em frente ao portão principal da PUC, concentraram-se para que fosse realizada a intervenção cênica da Oficina de Intervenção Cênica da Terreira da Tribo.

Músicas animavam a manifestação que utilizou da arte para chamar a atenção dos transeuntes e dos participantes da Conferênia Mundial das Cidades - evento realizado na PUC - quanto às necessidades do povo, como emprego, direitos humanos e dignidade aos catadores(as) de materiais recicláveis, aos homens e mulheres do campo e demais integrantes da luta popular.

Ao iniciar a concentração, rapidamente foram fechados os portões da Universidade e policiais militares com cacetetes e todo o aparato repressivo colocaram-se na frente dos portões, enquanto policiais a cavalo colocaram-se na rua, perto da calçada, cercando os manifestantes, inclusive os atuadores populares que fizeram seu ato. Quase no final da intervenção cênica, que fala a respeito da educação do país, a forma excludente que age com os jovens e a privatização do conhecimento, os policias que estavam a cavalo começaram a fechar o cerco. Os manifestantes resistiram, pois a manifestação estava agindo de forma pacífica. Ignorando isso, policiais atiraram balas de borracha contra os manifestantes e um dos policiais, num ato que mostra o total descontrole com que agem, mostrou sua espada, colocando-a contra as pessoas. Um manifestante ficou com um corte de lado a lado em suas costas.

Crianças e mulheres de todas as idades, inclusive idosas, estavam na manifestação, mas ninguém foi embora. Não havia porque temer, os manifestantes não possuiam armas e nem um objeto de defesa. Não tinha porque os policiais atacarem as pessoas, mas atacaram, justamente quando estavam assistindo à intervenção, como se quisessem pegar "de surpresa" os manifestantes. Após um pouco mais de resistência, a manifestação iniciou novo deslocamento pela Av. Ipiranga, cercados por policiais, sempre cantando músicas populares e de luta. Ao finalizar a passeata, todos os manifestantes deslocaram-se até os ônibus de forma tranquila, mas mesmo depois de já ter pego a estrada, de volta à Restinga, local onde está sendo realizado o ELAOPA, os ônibus estavam sendo perseguidos por carros de polícia.

Espera-se que a repressão policial não queira atacar o espaço em que as organizações da America Latina reúnem-se para discutir formas de fortalecer a luta contra os governos e patrões que acumulam riquezas a custa do esforço dos trabalhadores.

Mais uma vez a Brigada Militar mostrou que serve apenas para defender os interesses dos governos e das elites, pois como na PUC estavam "autoridades", discutindo as ditas políticas públicas, mas que em verdade são estratégicas neoliberais de impor os seus interesses, os policiais estavam em grande número e lá permaneceram. Enquanto o restante da cidade a da população pede mais policiamento e segurança, ela só se faz presente aonde um rico estiver.

Os policiais reclamam dos seus salários ao governo do Estado, e o governo nada faz para mudar a sua situação, mas eles continuam a ser paus mandados, impondo sua repressão contra a população que também sofre com os mesmos problemas.

Por Paula Cassandra
Jornalista MTB 12324

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