As origens alemãs da inteligência da BM contra o MST
O que vem ocorrendo nos últimos dois anos no Rio Grande do Sul, aconteceu na Alemanha (ocidental) nos anos 80 e (unificada) nos anos 90, quando a polícia alemã adotou a chamada “Estratégia preventiva da polícia” em relação aos movimentos sociais, excecutada por uma unidade especial ou uma espécie de autoridade especial, chamada KAVALA, que fecha em tudo com o BOE gaúcho.
[Assista vídeo de 5 min. sobre esse assunto, na janela do Youtube mais abaixo]
[Leia também: editorial do Brasil de Fato sobre o assunto]
O esquema
"A ofensiva do Ministério Público, a pronta anuência de juízes e uma rápida mobilização de efetivos da Brigada Militar montam o cenário de uma Guerra Fria particular: o MPE aciona a Justiça usando um discurso ideológico; o juiz decide em favor da preleção dos promotores; a Brigada Militar responde prontamente às ordens judiciais" - Cristóvão Feil, Diário Gauche.
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Subverta! utiliza trechos da denúncia apresentada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-Passo Fundo, Leandro Scalabrin, durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado, em 24 de junho, na Assembléia Legislativa. O advogado condena a violência policial contra os movimentos sociais e a criminalização do MST, numa defesa de 8 clientes seus, integrantes do Movimento, que são acusados de terrorismo pela Lei de Segurança Nacional. "É o maior esquema repressivo, da maior conspiração CIVIL-MILITAR realizada para aniquilar um movimento social desde o final da ditadura militar brasileira", caracterizou Scalabrin.
Entenda a situação
O início da operação dissolução tocada por MPE-BM
Dois relatórios secretos da PM2 foram a base conceitual para todas as ações que o Ministério Público excecuta para dissolução e ilegalidade do MST. É a raiz ideológica do que esses órgãos de Estado caracterizam como comprovações do perfil criminoso do Movimento.
As duas peças publicitárias da PM2
O primeiro relatório do coronel Waldir João Reis Cerutti, ex-CRO Planalto, que formula em maio de 2006, 60 dias antes de se licenciar para concorrer a deputado estadual pelo Partido Progressista (PP), elaborado e entregue à Justiça, em caráter confidencial, intitulado "Situação do MST na Região Norte do RS". Trata-se de uma sistematização de investigações por ele comandadas, com conclusões de ligações do governo federal com o MST e do MST ao PCC e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). As teses e informações desse documento foram usadas em 1 de junho de 2006 pelo proprietário da Fazenda Guerra, integrante da Farsul, para formular uma representação junto ao MPE.
O coronel Cerutti foi quem comandou a operação de despejo da Fazenda Guerra em 2006, quando a atuação da Brigada Militar assumiu todos os contornos de tortura em caráter coletivo, tendo atingido crianças e adolescentes de forma generalizada, segundo as conclusões do relatório de caso 01/2006 do Comitê Estadual contra a Tortura. Ceruchi, durante a Ditadura, esteve por dois anos infiltrado no acampamento Natalino, com o codinome de Toninho, onde operava uma rádio clandestina para repassar informações ao Exército e cuja missão era convencer os acampados a aceitar assentamento em Lucas do Rio Verde, oferecidos pelo governo militar [fonte: Periódico Central de Passo Fundo, 2007].
Olha só
Com a investigação de Cerutti em mãos, o Ministério Público pediu uma investigação à Polícia Federal, que concluiu que o MST não é uma organização paramilitar e não representa perigo à segurança nacional, como afirma a Brigada Militar. Apesar de constar no dossiê, as conclusões da Polícia Federal não são levadas em consideração pelos promotores.
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Outro relátorio de força militar, de número 1124-100-PM2-2007, elaborado a pedido do atual comandante-geral da BM, coronel Paulo Mendes, caracteriza o MST e a Via Campesina como movimentos que abandonaram a reivindicação social, adotando atos típicos e orquestrados de ações criminosas, taticamente organizadas como operacões paramilitares. As investigações também foram conduzidas a deputados estaduais, prefeitos, cidadãos que cederam ou arrendaram áreas para os acampados, integrantes do INCRA e supostos estrangeiros. O coronel Mendes sugeriu a remessa desse relatório ao MPE e ao MPF. Com essa ação da BM, o MPE ingressou com Ação Civil Pública impedindo as colunas do MST de entrarem nos quatro municípios da comarca de Carazinho.
A partir das duas peças milatarescas da Brigada, começa a balbúrdia de irregularidades constitucionais com que convivemos hoje no RS.
[Agora assista ao vídeo e compare que o pessoal da BM faz estudo de caso internacional para agir contra o MST.]
***Existe mais uma porrada de irregularidades que estão sendo cometidas sob o aplauso do Ministério Público Estadual e do Juduciário. Material de propaganda reacinária da polícia secreta da BM, sem qualquer comprovação, vira prova jurídica contra o MST. BM e MPE acusam o MST, sem provas, de estretégia paramilitar para domínios de territórios paralelos, mas MPE e BM estão construindo zonas específicas proibidas a membros do MST, e monitoradas as intenções dos proprietários simpatizantes ao Movimento do que irão fazer com suas propriedades. Isso sim é Estado Paralelo, pur Amor de Deus.
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