26.5.08

Do antiproibicionismo à legalização

“A maconha deveria ser vendida na feira mesmo. As plantas têm que ser vendidas em feiras.”

Nesta boa entrevista da série “Ativismo e Política de drogas”, no site Comunidade Segura, o psicólogo Luiz Paulo Guanabara, diretor-executivo da ONG Psicotropicus, fala da diferença entre ir de encontro a uma política e propor alternativas a ela.

"Esse sistema de controle global, comandado pela ONU, e os documentos que o regem - dos quais a maioria dos países do mundo é signatária - estão defasados. O último é de 1988, ou seja, estão fora da realidade. Esse sistema de controle não deu certo porque o que se vê é uma demanda cada vez maior, maior oferta, mais mortes, mais overdose, mais problemas. Não há ainda dados positivos em relação a isso".

"Minha visão do que se deve fazer mais objetivamente é de que se deve trabalhar por alterações nos documentos da ONU, que rege o sistema de controle global de drogas. Trabalhar no nível da mudança pela informação honesta, não a produzida pelo governo norte-americano dos anos 20, que é hipócrita. Os EUA são os principais responsáveis pela situação das drogas no mundo hoje, pela política proibicionista, que é um fracasso do ponto de vista da saúde pública e da violação dos direitos humanos".

"Somos uma sociedade drogada, todo mundo se droga, só que alguns foram classificados por sujeitos que acham que podem tutelar o que as pessoas podem colocar em seu corpo. É uma questão muito complexa e não é mais uma questão brasileira, é definitivamente um problema global".

"Normalmente o que acontece é que é uma política se segurança pública classista, ou seja, a impressão que dá é que se você é um usuário favelado, você é sempre um traficante, enquanto que em Ipanema (Zona Sul do Rio) a polícia não acha que você está vendendo.
O problema é a criminalização da pobreza. O que a gente tem feito e pretende fazer é sensibilizar a população em geral para que as pessoas se dêem conta de que a proibição das drogas é História Contemporânea e de que o sistema de controle de drogas está defasado".

Na íntegra.

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