HOMOFOBIA: PRESIDENTA DO CONSELHO MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS FOI BRUTALMENTE ATACADA POR SEGURANÇAS EM POSTO DE SAÚDE
POSTAGEM ATUALIZADA EM 16.05, às 21h20min, com posições da Secretaria de Saúde sobre outras versões para o caso.
MARCELLY MALTA, presidenta do Conselho Municipal de Direitos Humanos e presidenta da Igualdade - Associação de Travestis do Rio Grande do Sul foi brutal e covardemente agredida ontem (14.05) por seguranças do Posto de Atendimento Médico - PAM 3 (Vila dos Comerciários), em Porto Alegre.
Segundo o Grupo nuances, o Município tem reincidido na prática de agreções às travestis. Há menos de um mês foi denunciado no GAPA/RS e no Fórum ONG/Aids do Rio Grande do Sul a agressão verbal e o constrangimento a duas travestis que freqüentavam o Curso da Cozinha Comunitária do Fórum ONG/Aids do Rio Grande do Sul, que funciona no Posto de Saúde da Vila IAPI, Postão 4. Elas também tiveram os seus documentos de identidade retidos e tratamento diferenciado por aqueles seguranças por serem travestis.
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A Agência Brasil tentou entrar em contato com o Grupo Reação, empresa terceirizada contratada para fazer a segurança do posto médico, e com a Secretaria Municipal de Saúde, mas não conseguiu.
O Grupo Reação já foi condenado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por formação de cartel para ganhar licitações de empresas públicas no Rio Grande do Sul.
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Para secretário de saúde de Porto Alegre nada justifica agressão a travesti
De acordo com a nota publicda por Eliseu Santos, os agressores já foram identificados e “providências administrativas” estão sendo tomadas. Marcelly, que é auxiliar administrativo em outro PAM, disse que foi agredido depois de discutir com os seguranças sobre sua identificação, ao sair de um setor restrito do posto.
A nota do secretário não faz menção direta ao que teria provocado a agressão e diz que “é necessário afirmar que não existe qualquer tipo de argumento que justifique a violência sofrida pela sra. Marcelly Malta” (sic). Mas a assessoria de imprensa da secretaria informou que há uma outra versão, que conta com testemunhas, segundo a qual o travesti não teria sido espancado e teria se jogado no chão ao ser impedido de entrar no posto médico. Leia mais
O ocorridoMarcelly foi até o posto de saúde para negociar com uma servidora uma palestra sobre saúde para as travestis que frequantam a ONG Igualdade. O posto estava fechado e Marcelly, que é servidora pública da saúde e trabalha em um posto próximo, identificou-se como tal e entrou no posto. Ao entrar, uma servidora que fica na portaria, informou que: "(sic) o senhor não pode entrar!".
Marcelly informou que era servidora e, então, ingressou no Posto. Ao sair, achou por bem, explicar aos servidores da portaria que ela era servidora de um posto próximo e que foi ao PAM apenas para tratar de uma palestra. Surpreendentemente Marcelly recebeu um soco por parte de um segurança, de forma gratuita, sendo posteriormente levada para uma sala próxima onde passou a ser agredida por outros servidores do município até desmaiar.
A seção de tortura apenas teve fim quando um auxiliar de enfermagem interviu e pediu que terminassem as agressões. Marcelly, depois de recuperar-se, foi a delegacia de polícia onde registrou a ocorrência e fez exame de corpo de delito. Ela teve luxação em três costelas e lesão na faringe.
Uma lutadora
Marcelly foi a primeira travesti homenageada no dia internacional da mulher pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre; desenvolve trabalho de prevenção às DST/HIV/Aids e redução de danos para travestis há mais de 20 anos e é vice-presidente do Comitê Estadual Contra a Tortura.
ABAIXO, REPORTAGEM DA SÉRIE SOBRE HOMOFOBIA, QUE O COLETIVO CATARSE EXIBIU NO TELEJORNAL DA TV BRASIL, EM QUE MARCELLY É UMA DAS ENTREVISTADAS.
Fonte: Comunicado do Grupo nuances
1 Comentários:
À indignação por conta da violência contra a Marcelly, soma-se a indignação por conta do silêncio da mídia comercial de Porto Alegre... apagam o fato como se ele simplesmente não existisse... o que é uma clara violação ao direito à comunicação!
15.5.08
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