27.5.08

Xenofobia e racismo em Sucre, na Bolívia

Postagem atualizada, 14h35.

A insanidade por grupos de direita ligados ao Comité (golpista) Interinstitucional de Chuquisaca, ponta-de-lança ideológico pela campanha separatista da Província de Santa Cruz da Bolívia e pela transferência do governo nacional da cidade de La Paz para a de Sucre, chegou a momentos de sadismo racista no último sábado 24 de maio, quando jovens radicais tomaram 20 indígenas quechuas como reféns e os obrigaram a se despir, ajoelharem-se e gritar palavras de ordem forçadas contra Evo Morales em uma praça central da cidade, em frente à Casa da Liberdade.

Está programada para esta quarta-feira uma JORNADA CONTRA EL RACISMO Y LA IMPUNIDAD, na Plaza de los Héroes, em La Paz, com vídeos da violencia política en Sucre y Santa Cruz. No Youtube é possível ver diversas imagens de agressões. (clique aqui)

A triste liberdade da América
Os índios, no sábado, estavam em marcha pelas ruas da cidade, mobilizados para um encontro com o presidente Evo Morales, no Estádio Pátria, quando foram surpreendidos e capturados. A visita estava programada com o propósito de comemorar o aniversário da cidade, considerada como a que deu o primeiro grito de liberdade da América, há quase dois séculos, e que no último ano foi cenário de motins que quase levaram a elaboração de uma nova Constituição ao fracasso.

O que disse o pão-cum-banha líder de direita:
"Jamais permitiremos a presença de Evo Morales enquanto ele não pedir desculpas a Sucre pelo banho de sangue do ano passado", disse a jornalistas o reitor da universidade pública local, Jaime Barrón, presidente do chamado Comitê Institucional que convocou o protesto. A suspensão da visita de Morales, anunciada em La Paz, foi comunicada enquanto se confirmava que ao menos três pessoas ficaram feridas durante o confronto entre policiais e manifestantes.

A violência da oposição revoltou os campesinos de Chuquisaca, que se declararam em emergência e ameaçaram iniciar bloqueios contra racismo. Ontem, pediram a cabeça de Barrón, e do diretório do Comité Cívico desse departamento, a quem responsabilizam pelas agressões do final de semana. Também, exigen que o Ministério Público identifique os autores das agreções e a intervenção da Comisión Interamericana de Derechos Humanos (CIDH) para erradicar o racismo de Sucre.

Ontem, o vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais Sacha Llorenti viajou ao departamento de Chuquisaca para persuadir aos setores sociais de iniciar um bloqueio em torno de Sucre se não forem cumpridas suas exigências, entre as que se encontra também a ratificação do prefeito (governador) interino Ariel Iriarte e o translado da prefeitura (governação) a uma cidade do interior.

A autoridade assegurou que o governo solicitará aos organismos internacionais investigar esses acontecimentos e expressou a disposição do Executivo de permitir uma investigação sobre os três mortos e mais de 300 feridos que deixaram os confrontos de novembro passado nessa cidade.

ONU repudia ato
"Estes incidentes violentos são incompatíveis com o respeito aos direitos humanos, ofendem a dignidade humana, os direitos à integridade pessoal e (ao direito de) não ser submetido a tratamento desumano e/ou degradante", disse um comunicado do Alto Comissionado da ONU para os Direitos Humanos.

Esta foi a primeira condenação de um órgão independente à violência política na Bolívia, a pouco mais de dois meses dos referendos revogatórios simultâneos do presidente e dos governadores de nove Estados.

O órgão internacional "se opõe especialmente contra o tom de discriminação racial destes acontecimentos", assinalou o comunicado.

O Alto Comissionado para os Direitos Humanos pediu a punição dos responsáveis e que seja estabelecido um diálogo para baixar a tensão política na Bolívia.

Com informações do Página 12 e do Estadão*, baseados em notícias da Agência Reuters.

*interessante a comparação dos dois textos, pois baseados na mesma fonte da notícia, acabam tendo inclinações bem diferenciada. Enquanto o Estadão parece dar notícia como uma obrigação, quase pedindo desculpas aos sacanas racistas da Bolívia por falar de atos de vandalismo da direita, o Página 12 coloca toda a indignação que um ato como esse merece por parte dos leitores. Saiu notícia também no site O Globo, da mesma fonte.

1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

achei bem interessante porq serviu como trabalho escoolar hehe me chamo lula inacio

16.4.09

 

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