Ex-traficante e estelionatário ocupa cargo no Piratini
Postagem atualizada em 13/06, às 14h. Com a demissão do funcionário de Yeda. Não houve qualquer prova de que ele participou de alguma irregularidade. Só mais um episódio que comprova a bagunça generalizada que assola o (des)governo estadual. José Carlos Breda, que já ocupou a chefia de gabinete da governadora, merece dar explicações sobre essa sua indicação.
Mas, antes, uma passadinha pela tarde de ontem, 11/06
Yeda é uma espertinha. Em entrevista coletiva ontem, antes de dar seus parabéns aos brigadianos que baixaram o cacete em manifestantes pacíficos (ver postagem aterior), a "Rainha da Vela" decidiu abrir seu coração e sua profunda admiração por aqueles que conseguem reprimir e mostar exemplo para a população não só contra os vagabundos dos sem-terra, mas também na guerra contra as drogas. Foi a primeira boa notícia que daria de seu governo no dia: destacou a apreensão de 1.196 quilos de maconha na cidade de Canoas. Fez isso para demonstrar, antes de elogiar o cel. Mendes, que sua polícia está de olho aberto contra a bandidagem. Polícia eficiente, com inteligência. Meteu umas frases de efeito, das mais comuns e reaças quando se fala de tráfico, y mostrou que seu governo age de maneira enérgica contra essa cambada.
Na situação dela, qualquer perna-de-grilo que se acha nas moita já pode ser usada pela equipe de marquetin para passar aos jornalões na campanha pró-Yeda. Daqui há pouco o editorial de Zero Hora será: "Fica Yeda". (a foto ali é do Correio do Povo de ontem, 11/06)
Mas...
Ex-traficante e estelionatário ocupa cargo no Piratini
Hoje descobrimos que Yeda não foca só a repressão. Ela trabalha também pela reinserção social daqueles que um dia se envolveram em ações criminosas contempaldas no artigo 12. O problema da droga é também social. Pois veja:
Labuta como Cargo de Confiança no gabinete da (des)governadora Yeda Crusius, desde 14 de novembro de 2007 até hoje, um funcionário de ficha criminal corrida em tráfico de drogas e estelionato. Cézar Augusto Hermann foi um dos integrantes da quadrilha flagrada na maior apreensão de cocaína da história do Rio Grande do Sul em 1993, 2,2 toneladas de pó. Depois se meteu com jogo de bicho. Não contente, reincidindo pena, Hermann voltou a ser detido em 1998 por tráfico. Hoje está de contas acertadas com a Justiça, mas já circulou por vários presídios.
No colo da governadora e ninguém sabia de nada?
Yeda determinou, em seu transloucado projeto de gabinete de transição, que queria ficha corrida de todos seus cargos de confiança. É preciso que a (des)governadora explique quais eram as funções exercidas pelo CC ex-traficante, quais os motivos de sua contratação e se já sabia do passado criminoso de seu assessor. Até para não haver nenhuma situação de preconceito contra a pessoa de Hermann.
Essa situação, descoberta em um governo pelo qual não pesasse qualquer indício de corrupção, seria um exemplo de reinserção social via sistema penitenciário. Mas tudo leva a crer que não é. Nem de longe. Nada pessoal contra o cidadão Hermann, que pode estar refazendo sua vida, mas sua história metida em meio dessa polvorosa crise política, é mais uma denúncia que terá de ser explicada à sociedade gaúcha.
Segue ficha batida de Hermann, funcionário Assistente III (CC6) de Yeda:
05.10.1988 – preso em flagrante – Pres. Est. de Novo Hamburgo – artigo 12 (tráfico), artigo 171 (estelionato)
06.10.1988 – solto por alvará – 1ª Vara Campo Bom
04.07.1993 – preso em flagrante – Presídio Central
artigo 12 (tráfico), artigo 18 (narcotráfico – tráfico para o exterior; ou uso de função de pública; ou utilização de terceiros; ou praticado em hospital, ou escola ou associação beneficente), artigo 14 (associação para o tráfico)
13.03.1995 – comunicado da pena de 7 anos em regime fechado
artigo 171 (estelionato), artigo 071 (crime continuado), artigo 299 (falsidade ideológica)
16.03.1995 – ganha liberdade condicional
06.04.1995 – transferido do PC para a Pen. Estadual do Jacuí (PEJ)
09.06.1995 – transferido da PEJ para Presídio Estadual de Taquara
26.07.1995 – transferido Presídio de Taquara para a Pres. Central
08.02.1996 – transferido do PC para IPEP
31.07.1996 – transferido IPEP para PEJ
01.08.1996 – transferido PEJ para IPEP
17.10.1996 – foge do IPEP (sai para o trabalho e não retorna)
24.07.1996 – se apresenta no IPEP; é mandado para a PEJ
03.11.1996 – transferido da PEJ para a Colônia Penal Agrícola
04.11.1996 – transferido da CPA para Instituto Penal de Mariante
26.08.1997 – condenado a 9 meses por explorar jogo do bicho
17.06.1997 – transferido do Inst. Penal de Mariante para o Pio Buck
25.09.1997 – liberdade condicional
15.03.2007 – entrada no Presídio Estadual de Novo Hamburgo – depositário infiel
Com informações de Kiko Machado, do gabinete do deputado estadual Dionísio Marcon (PT).
dilamar.machado@al.rs.gov.br 51 99 89 7653
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